18 Dez 2006, 19:27h
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou esta segunda-feira a criação de uma equipa de teólogos e juristas para regulamentar o funcionamento das Misericórdias e a sua relação com as dioceses.
"No futuro, não pode haver equívocos quanto ao estatuto das misericórdias", afirmou D. Carlos Azevedo, porta-voz da CEP, no final de uma reunião do Conselho Permanente, em Fátima.
"As misericórdias, porque têm bens económicos, são alvo de interesses e às vezes isso pode desvirtuar a própria raiz da origem das misericórdias", afirmou o bispo, comentando o facto da direcção destas instituições ser definida por listas eleitas, sem uma intervenção da hierarquia católica.
"Terá que haver um decreto que defina qual o estatuto das misericórdias", até porque "há um papel de cada bispo de cada diocese em relação às suas misericórdias", explicou D. Carlos Azevedo.
Ao longo dos anos têm-se verificado pontos de conflito entre estas instituições e os bispos, nomeadamente no respeita à estratégia de gestão dos bens.
"Quando há um conflito qualquer, a Santa Sé tem dado razão aos bispos" mas para evitar esses problemas, "tratámos de encontrar uma equipa de trabalho" com "experiência jurídica e teológica" nesta matéria, revelou D. Carlos Azevedo.
Na reunião de hoje, a CEP decidiu publicar um desdobrável, dando conta da posição da Igreja contra a Interrupção Voluntária da Gravidez, inserida na campanha pelo "não" durante o próximo referendo.
Trata-se de um "um desdobrável muito didáctico", que expõe a posição da Igreja "para distribuir nas paróquias", afirmou D. Carlos Azevedo.
Os bispos reunidos hoje aprovaram também o tema das próximas Jornadas Pastorais, a realizar em Junho de 2007, denominado "O ministério do Bispo: a arte de presidir e a arte de comunicar".
"Um bispo é um homem da comunicação", justificou D. Carlos Azevedo, salientando que o tema irá abordar também a relação dos prelados com os Media.
Lusa
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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