segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Igreja espera recuo do Governo no fim do reembolso do IVA às IPSS

Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social diz que medida prevista no Orçamento agrava dificuldades actuais
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, espera que o Governo recue no final da restituição do IVA às IPSS, medida prevista no Orçamento de Estado (OE) para 2011.

“Compreendemos que em horas de cortes as pessoas responsáveis vejam o que é que é possível cortar, mas convinha que houvesse alguma racionalidade prática”, refere o prelado à Agência ECCLESIA.

O Bispo auxiliar de Lisboa lembra que muitas Instituições de Solidariedade estão em “dificuldades económicas” e outras contam com a restituição do IVA para “executar obras que ainda estão em crescimento, equilibrando os orçamentos”.

“Penso que é tardio, deveria haver uma reconsideração”, indica, a respeito da medida anunciada na proposta de Orçamento de Estado.

D. Carlos Azevedo admite que o caminho a seguir no futuro passe pelo fim do reembolso, mas antes será necessário “haver uma mentalização de toda a sociedade civil, para poder determinar-se a uma generosidade” relativamente a estas Instituições, oferecendo-lhes ainda “outras meios de ajuda, que as possam compensar”.

O OE de 2011 prevê, no seu artigo 127.º, a revogação do artigo 2.º do Decreto-Lei 20/90 que consagrou a isenção de IVA na aquisição de bens e serviços relacionados com a actividade desenvolvida pelas IPSS, independentemente da confissão religiosa a que possam estar ligadas.

O Pe. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), referia em comunicado que esta medida é a “maior ameaça alguma vez lançada sobre o Sector Solidário”.

Em causa, assinala, está o possível “fim de inúmeras obras e de inúmeros serviços em curso”.


Nacional Agência Ecclesia 2010-10-26 18:04:59 2165 Caracteres Igreja/Estado, Solidariedade

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