domingo, 22 de junho de 2008

QUAL O PAPEL DA UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS?

A União das Misericórdias Portuguesas nasceu em 1976 logo após a estatização/nacionalização/apropriação dos Hospitais das Santas Casas da Misericórdia.
Recorda-se sempre para que conste e também para memória futura que até este ano o sistema de saúde, em Portugal, assentava na meritória acção destas seculares Instituições de bem fazer.
Se os registos históricos estiverem correctos só os hospitais civis de Lisboa, o Hospital de S. João no Porto e os Hospitais da Universidade de Coimbra não eram propriedade nem geridos pelas Misericórdias.
Todos os Cidadãos que têm mais de 35 anos de idade recordam com saudade a forma carinhosa como eram acolhidos e tratados nos hospitais geridos pelas Misericórdias antes de 1976. Muito, senão todo, do carinho e afectividade com que os doentes e familiares eram acolhidos e tratados nessas unidades de saúde se perdeu com a nacinalizção dos hospitais.
Foram desprezados, pelos governantes da altura, todo o longo passado histórico, toda a relevância da acção, assim como todos os impactos que a proprieade, administração e gestão das Santas Casas da Misericórdia tinham na prestação de cuidados de saúde.
Não sendo o momento nem o espaço para uma mais detalhada análise, importa que se registe o continuado aumento de custos com a saúde, as percas no acesso ao Serviço Nacional de Saúde e as dificuldades crescentes sentidas pelos que têm mais dificuldades e são menos bafejados pela "sorte".
São os mais pobres e desfaorecidos que sentem e, de facto, têm mais e maiores dificuldades em ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
Provavelmente, os prejuízos causados com a nacionalização dos hospitais das Misericórdias são muito superiores aos benefícios conseguidos.
Com muita facilidade se constata que muitos dos operadores na área da saúde, tratam, esta activiadade, como se de mera actividade financeira se tratasse.
A visão humana, humanista e de carácter universal e universalista perdeu-se quase por completo.
A razoabilidade destas conclusões é, facilmente, comprovável pela necessidade que os governantes tiveram em reconhecer a capacidade e competência para intervenção, destas seculares Instituições, promovendo e incentivando-as a aumentar a sua capacidade de apoio às populações nas áreas sociais, nomeadamente, no apoio à 3.ª Idade e à Infância.
O papel da União das Misericórdias Portuguesas foi determinante no reconhecimento do Governo da competência, das capacidades e das potencialidades das Misericórdias para solucionar ou atenuar mutíssimas das carências sociais existentes.
Foi num tempo que alguns até tentaram extinguir as Santas Casas da Misericórdia que alguns Dirigentes das mesmas, entre os quais pontificava o Dr. Virgílio Lopes, à altura Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, fundaram a União das Misericórdias Portuguesas.
Foi para defender do "assalto" que tinham sido vítimas as Misericórdias que nasceu a União das Misericórdias Portuguesas.
Foi pela acção dos primeiros Dirigentes da União das Misericórdias Portuguesas que as Misericórdias foram ressarcidas, em parte, dos prejuízos que lhes foram causados pela nacionalização dos seus hospitais e da utlização indevida dos seus edifícios.
A União das Misericórdias Portuguesas deveria ser, hoje, uma verdadeira organização de referência para o universo das Instituições existentes para a prática da Caridade Cristã vulgarizada pela palavra solidariedade.
A União das Misericórdias Portuguesas é uma organização indispensável à acção e intervenção das Santas Casas da Misericórdia a nível local, regional, nacional, europeu e internacional.
Para tal a União das Misericórdias Portuguesas tem que voltar a assumir o papel e as funções para que foi criada e tem que voltar a ser, de facto e de direito, das Misericórdias Portuguesas.
Agora com a entrada em vigor das NORMAS GERAIS DAS ASSOCIAÇÕES DE FIÉIS é o tempo ideal para dotar a União das Misericórdias Portuguesas dos Estatutos que há quase duas décadas as Santas Casas da Misericórdia reclamam para a sua União.

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