domingo, 27 de março de 2011

Estado tira verbas e deixa doentes sem apoio

Estado tira verbas e deixa doentes sem apoio

Se lei não for alterada,vários projectos de solidariedade terminam até final do ano, deixando doentes de sida, idosos e crianças sem apoio
Por: Redacção / SC | 23- 3- 2011 11: 52
Centenas de idosos, crianças e seropositivos correm o risco de deixar de ter apoio domiciliário, médico, de enfermagem ou psicológico por falta de verbas de várias instituições, alertaram na terça-feira as Associações de Solidariedade Social (IPSS).

As IPSS alertaram para o facto de várias instituições terem projectos em risco de acabarem, até ao final do ano, porque a lei actual não financia programas a longo prazo.

Aqui ficam alguns exemplos. Eugénia Simões, do Instituto Português de Reumatologia (IPR), explicou ao «Diário de Notícias» que são «a maior instituição de apoio na área de reumatologia e a que dá mais consultas. O Estado só paga os actos clínicos, mas temos uma série de projectos multidisciplinares que ficam de fora. Apoio domiciliário não temos hipótese de fazer porque não é pago. Deixamos de ter psicóloga para ajudar os doentes».


«A Liga Portuguesa contra a Sida tem dois centros de atendimento, que apoiam 450 pessoas, que estão em risco de fechar a 31 de Dezembro», disse Maria Eugénia Saraiva, que alertou para o encerramento da associação Aspas que «apoia 190 doentes» e da Sol que «deixa de apoiar 21 crianças e passa a ajudar só 11».

Ao todo, dez instituições de apoio a doentes com sida estão em risco de terminarem os projectos se não receberem respostas positivas da Segurança Social ou se o decreto-lei não for alterado.

Margarida Martins, presidente da Abraço explica que «os doentes são encaminhados pelos hospitais e Segurança Social. A associação gasta 1000 euros por mês em apoio domiciliário. Se os doentes fossem para um hospital, seriam 500 por dia».

Edmundo Martinho, Presidente do Instituto de Segurança Social, disse ao «Diário de Notícias» que nenhum doente irá ficar sem resposta e que o instituto terá capacidade de assegurar o acréscimo das despesas se necessário, no entanto referiu que «há a possibilidade de haver uma transferência de verbas do Ministério da Saúde caso sejam integradas na área social».

Isabel Galriça Neto, deputada do CDS-PP, garantiu que questionará a Ministra da Saúde sobre a modificação da lei e afirmou que o partido já fez propostas de alteração.

TVI24

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