domingo, 1 de março de 2009

POTENCIALIDADES DAS SANTAS CASAS DA MISERICÓRDIA

É em épocas de crise que a adequação dos meios às necessidades sentidas mais se faz notar.
Portugal está a viver uma crise para a qual, provavelmente, os Portugueses pouco ou nada contribuiram, enquanto Nação.
Não cabendo aqui e agora a análise factual que conduziu à actual crise importa, no entanto, constatar que ela afecta, e de que maneira, sobretudo, aqueles que vivem do rendimento do trabalho.
São os trabalhadores e os pequenos e médios empresários que estã, verdadeiramente, a arcar e a sofrer as consequências de uma crise para a qual, provavelmente, em nada contribuiram.
E são, precisamente os trabalhadores e os pequenos e médios empresários que estão a "pagar", duplamente, a consequências desta mesma crise.
Em primeiro lugar porque, todos os dias lhes são exigidos sacrifícios que, dificilmente, podem suportar, a saber, aumento constante de impostos e taxas, aumento do custo do crédito, exigências de procedimentos, com o consequente aumento de custos, das empresas, mas que em nada contribuem para melhorar e/ou aumentar a produção. São custos, perfeitamente, supérfluos, e por isso mesmo, desnecessários.
Em segundo lugar porque, progressivamente, o seu rendimento disponível é cada vez menor. De onde resulta a entrada na pobreza daqueles que mais baixos rendimentos dispõem.
Portugal tem uma pobreza estrutural da ordem dos 20%. Mas a crise que está instalada promove a contínua entrada, em situação de pobreza, de muitos dos que vivendo do seu trabalho, passaram a uma inesperada, senão mesmo, injustificada, situação de desemprego.
É nestas alturas que se torna imprescindível a utilização dos recursos próprios do País. E Portugal, em alguns aspectos, pode considerar-se um País rico, com potencialidades que se forem, devidamente, aproveitadas, muito poderão contribuir para atenuar e evitar, até, situações de pobreza e exclusão.
Cabe aqui e agora uma referência muito especial às Santas Casas da Misericórdia, instituições que até são um dos pilares da nossa identidade nacional.
As Santas Casas da Misericórdia encerram um enormíssimo potencial que uma vez posto, no seu conjunto, ao serviço de Portugal e dos Portugueses, muito pode contribuir para evitar ou atenuar situações de pobreza e exclusão.
O universo constituído pelas santas Casas da Misericórdia pode e deve constituir uma rede de pensamento e acção que em cooperação e colaboração com o Estado (Governo e Autarquias), com o sector privado (empresas) e com as outras organizações do sector da chamada economia social, é uma mais valia, da máxima relevância, no combate à pobreza e à exclusão, por maioria de razão, em situação de crise.
As Santas Casas da Misericórdia podem e devem constituir uma rede social de saúde que promova a saúde e o bem estar dos Portugeses, pensando global e aguindo localmente. Neste campo a expewriência de quase 5 séculos constitui uma mais valia que poderá e deverá ser aproveitada e potenciada para mais e melhor servir Portugal e os Portugueses.
A constituição de uma rede social de cuidados de saúde poderá e deverá cosntituir dever destas Instituições que estão para servir os cidadãos em OPÇÃo PREFERENCIAL PELOS POBRES.
Esta rede social de cuidados de saúde é necessária ao bem estar e à promoção da qualidade de vida a que os cidadãos têm direito. O potencial que as Santas Casas da Misericórdia encerram é de tal forma grande e importante que pensando e agindo em conjunto podem contribuir para a resolução de muitos dos problemas que a sociedade portuguesa atravessa.
Outro tanto se passa na área da acção social e na promoção do emprego.
Para que tudo isto seja possível é fundamental que as Santas Casas da Misericórdia pensem para agir em conjunto e em cooperação. Para tal é também necessário e imprescindível que intervenham dentro de uma organização, verdadeiramente, aglutinadora de vontades e intenções de servir aqueles que mais necessitam da acção destas seculares Instituições de bem fazer.


João Carrilho

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