quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Estado não deve ter medo das Misericórdias

Estado não deve ter medo das Misericórdias, defende Bispo do Funchal
O papel das Misericódias na actualidade e o lugar que ocupam na sociedade madeirense foram, ontem, destacados por D. Teodoro de Faria durante a missa que assinalou o Dia da Santa Casa do Funchal. Um apelo à modernização da sua orgânica para melhor servir a população foi também deixado pelo prelado da diocese.
As Misericórdias, hoje em dia, «estão a tomar o lugar que lhes compete a favor dos mais desfavorecidos», salientou D. Teodoro de Faria, mas há que reconhecer «o seu papel social e caritativo junto das populações. O Estado não deve ter medo destas Instituições», pelo contrário, deve ter em conta «o seu grande património», que assenta, sobretudo, na «subsidiariedade», mais do que nas questões materiais.
A «estatização no campo da saúde e da educação não resolve melhor situações de urgência», e o exemplo das Misericórdias neste campo é indesmentível, como demonstra o trabalho da Misericórdia do Funchal, que, há quase cinco séculos, tem «acompanhado as alegrias e as tristezas da nossa Diocese e tem sido o rosto, a esperança e o alento dos que sofrem», sublinhou.
Embora reconhecendo que os madeirenses «conhecem hoje mal as Misericórdias», D. Teodoro de Faria considera que não se deve menosprezar a sua existência porque «o futuro promete quanto às questões sociais», a exigirem maiores ajudas à população idosa e aos mais jovens. «Um dos campos a investir é no apoio à família, nas crianças em idade de creche, nas medidas a favor da natalidade e contra o aborto», disse.
As Misericórdias, por isso, têm de «mostrar à opinião pública o papel social que desempenham, e esta meta só terá resultado se apostarem numa forma sustentada. Os novos tempos exigem uma organização interna profissional e rigorosa», alertou o bispo do Funchal durante a homilia da missa do Dia da Misericórdia, em que lembrou ainda os modelos de caridade propostos pela Igreja, «perita em humanidade», e no nosso tempo, com destacadas figuras como Madre Teresa de Calcutá e o Beato Carlos de Áustria, entre outros.
A Misericórdia do Funchal está apostada em resolver problemas do seu património (referência indirecta ao antigo Hospital dos Marmeleiros) «nos locais próprios e nos momentos oportunos, com diálogo e cooperação», disse o provedor, Honório Gomes, aos Irmãos e aos convidados presentes. Por seu lado, o director regional da Segurança Social, Roque Martins, disse que o «Governo Regional orgulha-se de ter como parceiro esta Misericórdia no apoio aos mais desfavorecidos».

Nacional Jornal da Madeira 2006-06-01 14:28:00 2484 Caracteres Diocese do Funchal

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