domingo, 15 de agosto de 2010

Misericórdias cobram 25 euros por consulta

Misericórdias cobram 25 euros por consulta
Consequência do fim do contrato com o Ministério da Saúde
00h30m
Emilia Monteiro
O fim do Serviço de Atendimento Permanente e a não celebração de um novo contrato entre as Misericórdias e o Ministério da Saúde pode afectar milhares de utentes dos hospitais das misericórdias. Em Vila Verde e Póvoa de Lanhoso os doentes já pagam 25 euros.

Se até ao final do mês de Agosto não for assinado um novo protocolo entre o Ministério da Saúde (ME) e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), mais de 100 mil utentes dos serviços de saúde prestados pelas misericórdias podem ter que começar a pagar, na totalidade, as consultas médicas e os exames auxiliares de diagnóstico.

“Legalmente terminaram os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) e foram substituídos por outros serviços. Com as misericórdias, o ministério ainda não chegou a acordo sobre como vai substituir e financiar as consultas prestadas”, disse, ao JN, o médico Salazar Coimbra, presidente do conselho de gestão do Grupo Misericórdias Saúde.


Das 10 instituições de saúde, propriedade das misericórdias, nove ficam no norte do país e outra no Entroncamento. A Misericórdia em Vila Verde já terminou o acordo que tinha com a Administração de Saúde do Norte e cada utente que recorra ao serviço de urgência daquela instituição tem que pagar, no mínimo, 25 euros. Na Póvoa de Lanhoso, aos fins-de-semana e feriados, também já não há serviços protocolados com o ME. A alternativa para os utentes do SAP das misericórdias é recorrer aos hospitais ou aos centros de saúde locais. Em Vila Verde e na Póvoa de Lanhoso, a alternativa é o Hospital de Braga, gerido agora pelo Grupo José de Mello Saúde, numa parceria publico/privada.

O hospital fica distante das duas localidades mas é a única alternativa, publica e quase sem custos, para a população.
“Os serviços de saúde que as misericórdias prestam à população não vão acabar. Podemos só fazer serviços privados e ter que dizer ás pessoas que o Ministério da Saúde não quer trabalhar com as misericórdias, mas fechar, nunca”, referiu Salazar Coimbra.

E finalizou em tom de esperança: “Estou confiante que vamos chegar a acordo e que a população vai poder continuar a contar com os serviços médicos das misericórdias”.

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