sábado, 30 de maio de 2009

BANCO SOCIAL

Até 1991 as Santas Casas da Misericórdia abraçaram um projecto para criação de um banco. A história destas seculares Instituições de bem fazer demonstra que também nesta área foram pioneiras. A actividade de guardar poupanças e rentabilizá-las é uma actividade que pode e deve ser desenvolvida pelas instituições do sector social.
Em Portugal sobrevive ainda uma única Caixa Económica de Misericórdia, a de Angra do Heroísmo.
Pena que todas as outras tenham terminado, nomeadmente, a de Ponta Delgada.
As Santas Casas da Misericórdia movimentam montantes financeiros significativos cujas mais valias saiem do sector social.
A criação de um banco social a partir da iniciativa das Santas Casas da Misericórdia pode revelar-se um importante contributo para o desenvolvimento deste sector fundamental para a economia nacional.
Se estivémos atentos ao que se está a passar com a actual crise financeira teremos que concluir que, praticamente, só o Montepio (única instituição com dimensão bancária e que é pertença de uma mutualidade) passou incólume.
Até por esta razão se justifica que as Santas Casas da Misericórdia tomem a iniciativa de criar o seu próprio banco como forma de contribuir para o desenvolvimento do País.
Na recente iniciativa da Conferência episcopal Portuguesa uma das conclusões aponta para a necessidade da criação de um banco social.
Pena foi que se tenham perdido já 18 anos desde que foi feita abortar a iniciativa das Santas Casas da Misericórdia para a criação do seu próprio banco.
Se tal não tem acontecido, hoje, Portugal estaria mais rico e, provavelmente, a crise não seria tão profunda e as Santas Casas da Misericórdia disporiam de recursos que lhes permitissem investir no que de mais urgente se impõe.
João Carrilho

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