terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A formação gerontológica na Europa

Maria de Lourdes Quaresma


«Quer estejamos face ao processo de envelhecimento ou às consequências do avanço em idade sobre a situação das pessoas (estado de saúde, implicações psicológicas, papel e lugar na sociedade) encontramo-nos diante de fenómenos complexos e multifactoriais, combinação de interacções entre o “dado pessoal” e o ambiente exterior, entre factores individuais e colectivos.
O estudo destes fenómenos diz respeito a um grande número de disciplinas biologia, filosofia, ética, psicologia, psico-sociologia, ciências médicas, e também epidemiologia, sociologia, economia, história, direitos, ciência política.»
Henriette Gardent

1. A gerontologia social é uma área científica de formação recente.

O envelhecimento humano e a velhice foram, durante muito tempo e quase exclusivamente, objectos de estudo da medicina. A partir de meados do sec xx um outro questionamento é construído. As alterações demográficas verificadas durante o seculo findo, produzidas no contexto das profundas transformações sociais e económicas que atravessam as nossas sociedades, levantam novas questões.

A procura do saber sobre as interdependências entre o envelhecimento humano e social, designadamente ao nível do impacto dos fenónemos do envelhecimento nas estruturas familiares, na economia, na protecção social, no direito, nas representações sociais sobre a vida, a morte e a velhice, nas práticas culturais, na relação com o tempo, deu lugar à construção de uma área transdisciplinar do conhecimento a que chamamos Gerontologia Social.

Os seus territórios apresentam uma diversidade e complexidade crescentes. O envelhecimento da sociedade e de cada um de nós revela-se profundamente interpelante e desafiante, pelo que transporta de novo, na reciprocidade da relação sociedade/sujeito. Os ganhos em anos de vida entrosam-se em novos comportamentos, estilos de vida, expectativas e valores, com repercussões nas formas de viver e experienciar as diferentes fases do ciclo de vida, e nas formas de sociabilidade e convivência.Vivemos mais anos, mais anos com elevado nível de autonomia, de capacidades, potencialidades de realização pessoal e de intervenção na sociedade, ao mesmo tempo que se alterou o ciclo de vida pela crescente dessincronização entre o percurso das idades, inerentes ao processo de desenvolvimento humano, e o trajecto socio-profissional.

Estudos desenvolvidos, em especial a partir dos anos 60 do sec .XX, têm procurado identificar, apreender as alterações no ciclo de vida consequentes ao seu substancial alongamento e ao reposicionamento das diferentes fases do seu percurso. O constante recuar do marcador de idade de passagem à velhice – somos velhos cada vez mais velhos – o recuar da morte, distanciando-a da experiência humana, induz mudanças na relação com a morte (LALIVE d’ÉPINAY,1994), ao mesmo tempo que a percepção da forte probabilidade de chegar a uma idade avançada produz alterações na relação com a vida e o futuro KOHLI e MAYER (1986),IMHOF,1986. A multiplicidade sincrónica dos papeis e dos estatatutos, associada à heterogeneidade das situações gerada neste contexto de mudança, dá lugar à explosão das singularidades, indutoras de novos comportamentos face ao envelhecer e à velhice. Os tempos da vida alteram-se pela mudança do sentido do tempo no percurso de vida dos indivíduos. Novos modelos emergem a par da tendência para a cronologização do percurso das idades, com marcadores do ciclo de vida.(A.GUILLEMARD,1995). Podemos afirmar que os seniores de hoje são a primeira geração a experienciar viver uma idade adulta prolongada, marcada pela coexistência de identidades multiplas. É um dado novo poder ser simultaneamente filho, neto, pai, avô, professor e aluno, ajuda/apoio para outro e ajudado/apoiado por outros. A gestão dos papéis no tempo e a própria gestão do tempo na gestão das idades, apresentam-se com dados novíssimos da nossa experiência humana.

Por outro lado, e a par desta tendência reestruturante do viver em sociedade, coexistem fortes desigualdades entre as gerações, por género e por território. O envelhecimento da população, com o “envelhecimento do envelhecimento” (a progressão mais rápida dos grupos do topo da pirâmide etária) emerge como ganhos num continuum temporal, mas apresenta fortes descontinuidades e desigualdades sociais. As condições de vida das gerações mais velhas, em que as mulheres estão sobrerepresentadas, são maioritáriamente mais desfavoráveis. Viver no interior empobrecido é factor negativamente associado à situação de envelhecimento destas gerações. Isolamento e/ou solidão, habitat inadequado, dificuldades de comunicação/perda de autonomia, dificuldades de acesso a serviços de qualidade e adequados à promoção de autonomia e ao desenvolvimento pessoal, (des)igualdade de oportunidades de participação na vida social, económica e cultural constituem outros factores de diferenciação negativa, especialmente evidentes entre os mais velhos. As desigualdades sociais determinam desigualdades perante a vida e a morte, condicionando a maior ou menor exposição aos riscos de mau envelhecer. Como revelam alguns estudos, pessoas com elevado nível de educação estão duas vezes mais representadas na categoria dos autónomos do que os outros ( resultado de uma investigação realizada por K.Pérès e P.Barberger-Gateau, 2001).Em Portugal, a maior representação das valorações negativas, em termos de auto-percepção da situação de saúde, nas pessoas idosas sem escolaridade ou com baixo nível de escolaridade, é também indicativa dessa relação.

O envelhecimento/ganhos em anos de vida integra, assim, a reflexão sociopolítica no domínio do direito inclusivo - direito a envelhecer - pela não segregação pela idade, pelo género, pelas capacidades ou incapacidades; direito ao conhecimento e reconhecimento do sujeito na singularidade do seu percurso, da sua história, do seu projecto.

“Nesta batalha do novo milénio contra a exclusão, já não é suficiente criar condições idênticas de acesso aos bens e aos direitos.É fundamental reinventar a justiça da proporcionalidade e da equivalência, de que falava Grócio no ec XVII”, Paula Guimarães, 2002.

“Estamos perante “o tremor de terra da idade “, gerador de alterações profundas nas mentalidades e nas instituições (P.Wallace, Agequake, cit. In “Le Nouveau Troisième Âge”, Claude Vimont, 2001)

2.- Da formação em gerontologia social

A implementação de políticas e de práticas sustentadas no conhecimento, e no desenvolvimento da capacidade interpretativa, compreensiva e reflexiva da realidade, fazem apelo à aquisição de conhecimentos e saberes, e à (re)construção teórica nos diferentes territórios do envelhecimento, numa dialéctica interactiva na qual se inscrevem os diferentes projectos formativos em gerontologia social.

A necessidade de formação em Gerontologia Social é hoje, largamente partilhada pelos decisores, interventores e promotores, aos vários níveis. A sua oportunidade e interesse revela-se particularmente importante a partir do incremento das respostas sociais, num contexto de elevado indice de envelhecimento, com o aumento do nº das pessoas muito idosas, (o grupo 80 e mais anos representa 3,6% do total da população), ao qual se associa, embora numa relação não directamente proporcional, um maior nº de situações que exigem mais cuidados, mais apoios no quotidiano. Apoios à promoção/recuperação da autonomia, numa lógica que entendemos dever ser de questionamento da categorização da velhice dependente, contrariando a dicotomia autonomia/dependência. Referimo-nos às situações de incapacidade geradas por doenças físicas, por estados demenciais e por deficiência mental, estas últimas até há pouco arredadas dos progressos da longevidade, mas hoje abrangidas pelos ganhos de longevidade. Podemos considerá-las como as que mais requerem “qualificação da intervenção em termos da organização de serviços e de práticas, num paradigma de actuação diferente do habitualmente usado tanto na abordagem curativa e dos serviços de saúde como nas formas de protecção social” Baptista Diniz, 2002 . No entanto, a sua heterogeneidade e complexidade, em oposição à homogeneização categorial que tem estado subjacente às políticas de protecção social da dependência, levanta sérias questões conceptuais e filosóficas, políticas e interventivas. Os territórios da dependência, ainda que não esgotem as necessidades de formação em gerontologia, balizam substancialmente os projectos formativos. A complexidade das situações e o sofrimento humano que as acompanham, exigem saberes pluridisciplinares que informem a intervenção multidisciplinar e intersectorial. Neste sentido, a dependência constitui uma área de reflexão privilegiada na construção do conhecimento e dos saberes sobre o envelhecer nas sociedades contemporâneas. Em torno dela (re)encontramos a necessidade de afirmar a primazia do sujeito, o debate sobre o direito a envelhecer, os preconceitos e as representações sociais sobre a vida, a velhice e a morte.
Profissionalizar, qualificar, são palavras chave deste processo, «ultrapassando os lugares comuns, as certezas das aquisições profissionais das diferentes especialidades, construindo um ambiente de troca de “interrogações entre as disciplinas e os vários domínios de intervenção» (PITAUD, 2002)

3 Ojectivos da formação em gerontologia social

Formar para uma intervenção compreensiva

A formação em gerontologia social, no âmbito da pós-graduação em gerontologia social do Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, tem como grande objectivo contribuir para a fundamentação de Uma intervenção compreensiva, centrada na pessoa que envelhece, no seu contexto, em especial quando em situação de necessidade de ajuda. Parte de um quadro de referência que rejeita a imputação ao factor idade do que apenas é resultado de factores externos ao indivíduo, e bem assim da tendência à “naturalização” das situações problema em função da idade ( “é muito idoso”, “está acamado, é natural....não há nada a fazer”), relevando a importância das condições de adaptabilidade do meio às necessidades das pessoas, de forma a favorecer o desenvolvimento das suas próprias capacidades de adaptação. A recentragem no sujeito reforça a necessidade de capacitação para a análise das condições concretas de existência, enquanto factores causais de défices, de rupturas, ou mesmo de mudanças qualitativas nos processos de adaptação que caracterizam os processos de envelhecimento humano .

Profissionalizar, qualificar, são palavras chave deste processo, «ultrapassando os lugares comuns, as certezas das aquisições profissionais das diferentes especialidades, construindo um ambiente de troca de “interrogações entre as disciplinas e os vários domínios de intervenção» (PITAUD, 2002)

Mas, a qualificação de que falamos não se confina à aquisição de conhecimentos técnico-científicos essenciais ao saber porquê, como e quando intervir. Ela abrange o desenvolvimento de competências axiológicas ao nível da escuta, da comunicação, do respeito pelo direito de cada indivíduo ser sujeito da sua própria vida, mesmo quando esta é afectada por limitações, dificuldades e até incapacidades para se bastar no quotidiano. Ou seja, procura-se que a formação se inscreva num ambiente de aprendizagem científica e técnica, mas também de enriquecimento das competências pessoais, balizadas por uma conduta ética, estruturante de uma cultura gerontológica, factor de mudança das atitudes e dos comportamentos, nas relações interpessoais e no ambiente institucional. Orienta-se em função de diferentes territórios : do conhecimento, das problemáticas e das políticas, considerando que estas, seja na concepção, na implementação e na operacionalização, em especial no âmbito da saúde e da intervenção social, são cada vez mais apelativas de formação específica e especializada. O caso da política de cuidados continuados, em curso, é disso exemplo: exige-se formação adequada para as diferentes categorias profissionais, entre as quais para os profissionais de serviço social que integram as equipas de cuidados. E, embora a legislação não obrigue para o exercício das suas funções, os profissionais que dirigem estabelecimentos e serviços constituem o maior grupo participante na formação pós-graduada, exprimindo a necessidade de aprofundar conhecimentos e especializar-se nesta área, na procura de “como” desenvolver uma outra relação com as pessoas e de “como” construir a vida institucional como espaços de vida.

Assim sendo, e a par desta necessidade, no actual contexto das políticas de protecção social da velhice, novos objectivos se desenham com a inevitável e desejável evolução das políticas de velhice versus políticas de envelhecimento que tenham em conta o continuum de existência dos indivíduos. A formação de hoje, importa afirmá-lo, constitui um factor estratatégico dessa evolução ao contribuir para a construção do conhecimento de como se envelhece nas nossas sociedades, o que será essencial para que políticas de envelhecimento sustentado se inscrevam no quadro de uma nova geração de políticas sociais na lógica do desenvolvimento sustentado.

4. O projecto formativo

A formação em Gerontologia Social parte do capital do conhecimento científico sobre o envelhecimento, mas não pode deixar de integrar o capital de experiência dos profissionais que trabalham neste sector.

Constitui-se, assim, como oportunidade de transformação da acção em conhecimento, contribuindo também para que cada um construa e partilhe o seu próprio conhecimento.

O projecto da pós-graduação em Gerontologia Social do Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa foi construído na óptica da transdisciplinaridade e está estruturado em torno de referenciais do conhecimento multidisciplinar, neste domínio:

§ epistemológicos, conceptuais - envelhecimento, velhice, idoso, pessoa idosa, reformado, velho, necessidade, autonomia, dependência;
§ biopsicológicos – processos de envelhecimento dos indivíduos;
§ demográficos – envelhecimento social
§ sociológicos - condições de vida, representações sociais de velhice, cultura, identidade, modos de vida, sociabilidades, habitat;
§ filosóficos –ética, a morte e o fim da vida;
§ políticos – políticas sociais, protecção social, protecção dos direitos das pessoas idosas;
§ interventivos –comunicação, inter-relação, escuta, re-conhecimento, preservação da autonomia;
§ territórios de intervenção gerontológica –organizações, estabelecimentos, serviços, projectos.

Os conteúdos formativos estão agrupados em quatro módulos, numa lógica de construção do quadro de referência teórico, facilitadora da sua apreensão em função de diferentes territórios da intervenção:

§ Envelhecimento e Sociedade
§ Conhecer a pessoa idosa
§ Políticas de protecção social
§ Intervenção Gerontológica e territorialização da intervenção

Em termos metodológicos, a nossa experiência formativa assenta num modelo participativo, na procura de um ambiente propício à troca de experiências, à reflexividade sobre as práticas, á inovação para adequar, singularizar, “(des)estandardizar” a intervenção, e para orientar a mudança das organizações, em especial do meio institucional. Este último constitui um eixo de grande importância, dado que o aumento significativo dos estabelecimentos de apoio às pessoas idosas não foi acompanhado da necessária qualificação dos profissionais que neles asseguram os cuidados a pessoas com problemas cada vez mais complexos, o mesmo acontecendo com os técnicos que orientam técnicamente o funcionamento desses serviços. Neste sentido, a pós-graduação em Gerontologia Social do Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, ao integrar três seminários no seu ciclo de estudos, orienta dois deles em função destas problemáticas : Dependência e Instituição e Projecto de Vida.

“O projecto institucional é constituido pelo projecto de estabelecimento, que define as grandes orientações para acolher com qualidade as pessoas idosas, e pelo projecto de vida que tem directamente a ver com a vida dos residentes no quotidiano...”Gérard Brami, 2000


5. Formar para cuidar

No contexto que acabamos de referir, a formação para o cuidar assume uma importância central. A garantia de acesso a cuidados cientifica e tecnicamente sustentados constitui um imperativo ético e político, pela partilha dos bens que constituem o património científico, técnológico e cultural das nossas sociedades, no respeito pela cidadania plena.

Com a formação para cuidar pretende-se promover a profissionalização e a qualificação da intervenção, valorisando o desenvolvimento de capacidades de escuta, de empatia, assente em princípios éticos de respeito pelo outro, numa filosofia de intervenção em que o cuidar integra a procura de sentido para a acção, latente ou expressa pelos que intervêm e cuidam, reconhecendo que essa busca é tanto mais estruturante quanto mais tiver em conta que, através desse cuidar, o outro procura também o sentido para a sua vida, o valor que lhe é reconhecido, os laços que porventura lhe faltam.(Bernard Ennuyer), 2002

As situações de dependência sendo as mais exigentes no cuidar, são as que mais requerem “aptidões técnicas não apenas no campo biomédico como nos campos psicológico, espiritual, antropológico, social e ético, o que constitui um enorme desafio para as escolas de saúde e de acção social que têm a responsabilidade de formar e actualizar profissionais que pretendam trabalhar ou trabalhem nesta área das ciências humanas, que ultrapassa as fronteiras das ciências da saúde” Baptista Diniz, 2002.

O desenvolvimento de capacidades para conhecer e reconhecer uma pessoa idosa, através de uma relação de não dominação , de escuta , com o distanciamento necessário a uma intervenção profissional e no questionar constante dos seus limites na base da ética e dos direitos, são os eixos da reflexão formativa no sentido do preparar para o cuidar.

A integração de um seminário sobre Intervenção Profissional, no plano de estudos da pós graduação de que falamos, tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento da reflexividade sobre as práticas, em especial as que mais directamente se inscrevem no território do cuidar. Seis anos de história desta experiência têm-nos demonstrado a pertinência desta filosofia de abordagem.

6.- algumas considerações finais

A formação em Gerontologia Social, como decorre do exposto, constitui uma exigência e necessidade das sociedades contemporâneas.

A construção de políticas de velhice e de envelhecimento que garantam o direito a envelhecer com dignidade e segurança, a definição de estratégias orientadas para a prevenção dos riscos e para a redução/eliminição dos efeitos nefastos de situações de precariedade física, mental e/ou social com que as pessoas se podem confrontar na velhice, o acompanhamento dos percursos de envelhecimento na lógica da inclusão dos adultos de todas as idades num processo de desenvolvimento sustentado das nossas sociedades, enquadra-se nas recomendações de diferentes organizações internacionais, neste domínio. Entre estas, a OCDE ( 2002), define quatro eixos para as políticas no âmbito do envelhecimento: prevenção; detecção precoce de problemas, concentrando-se nas fases críticas da existência; maior liberdade de escolha e maior responsabilização de cada um face ao seu próprio futuro; implementação de serviços de melhor qualidade. Políticas que, tendo em conta o continuum da existência, intervenham nas idades mais jovens a partir do conhecimento sobre a génese dos processos de envelhecimento, sabendo-se que as políticas têm efeitos no futuro dos indivíduos.O que constitui uma ruptura com os parâmetros etários com que temos trabalhado as questões do envelhecimento, abrangendo outros patamares do percurso de vida. Poderemos falar, então, de mudança de paradigma de análise da problemática do envelhecimento: ao nível dos conceitos,(idoso, pessoa idosa,reformado, 3ªidade, velho, dependência,) da construção dos objectos de análise, das metodologias de intervenção.’

Acompanhamos alguns autores quando referem que “A idade já não exprime uma situação objectiva, caracterizada por uma posição exterior ao sistema produtivo e pela situação física” Durandal,J.P.,2003

Mudar o paradigma resulta, necessariamente, numa maior exigência dos projectos formativos, a todos os níveis e, bem assim, na importância da integração das questões do envelhecimento nos currícula escolares. A par do investimento/ incentivo à investigação sobre o envelhecimento, como factores estruturantes do conhecimento, essenciais à sustentação da formação profissional graduada e pós-graduada. A qualificação dos recursos humanos constitui, sem dúvida, uma estratégia incontornável face ao imperativo ético de garantir intervenção qualificada, na base do saber mais para conhecer melhor os problemas, as necessidades reais, as expectativas, as estratégias de inserção das pessoas que envelhecem, nos seus contextos. O que é indissociável também de uma política de recursos humanos para esta área, exigente, realista, estratégica, centrada no conhecimento e para o conhecimento do homem que envelhece, nos seus sítios, na sociedade, no mundo que construíu e o constrói. Sabendo que o envelhecimento é um fenómeno estruturante das nossas sociedades.

Bibliografia

BRAMI, GÉRARD (2000), Le projet institutionnel des établissements d’hébergement pour personnes âgées, Ed.Berger-Levrault
DINIZ,J.ALEXANDRE,(2002),Formação e Intervenção em Situações de Dependência, Revihsta Futurando,Dezembro,2002
ENNUYER, BERNARD (2002), Les défis du vieillissement. Les malentendus de la dépendance. De l’incapacité au lien social, , Ed. Dunod.
GUIMARÃES, PAULA, (2002), Uma Estrada de Tijolo Amarelo, Formação e Intervenção em situações de dependência, Revista Futurando, Dezembro, 2002
OCDE (2002), Les défis du vieillissement
PÉRÈS, K, BARBERGER-GATEAU, Évolution de l’incapacité entre 75-84 ans, 2001
PITAUD, PHILIPPE (1999), in Gérontologie Sociale: pour une éthique de la formation, Editions Érès, Pratiques du champ social.
QUARESMA, MARIA LOURDES, (1999), in Envelhecimento e Acção Social, Profiss, Ministério do Trabalho e da Solidariedade

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