terça-feira, 6 de janeiro de 2009

PARA UM ENVELHECIMENTO ACTIVO: DESCOBRIR NOVOS CAMINHOS

I JORNADA –
CSP, Fátima, 3 de Junho de 2005
Projecto de Vida – A Vida Continua a Ter Sentido

Carla Ribeirinho, Assistente Social e Docente da licenciatura em Serviço Social na Universidade Lusófona de humanidades e Tecnologias

A sociedade actual encontra-se perante uma situação contraditória: por um lado confronta-se com o crescimento em massa da população idosa, fruto do aumento da esperança média de vida, e por outro lado, omite-se ou adopta atitudes preconceituosas sobre a velhice, retardando assim uma efectiva implementação de medidas que visem minorar situações de dependência.
Netto e Ponte (2002:9), são peremptórios em afirmar que
“Não é justo, não é humano somente prolongar a vida dos que já ultrapassaram a fase de homens adultos, quando se não lhes dá condições para uma sobrevivência digna. Sob este aspecto não há dúvida ao se afirmar que é melhor acrescentar vida aos anos a serem vividos do que anos à vida precariamente vivida.”.

Tal afirmação aponta para a necessidade de promoção da qualidade de vida em simultâneo com a ampliação da expectativa de vida.

Também o número de profissionais de várias áreas, a dedicarem-se à intervenção junto de pessoas idosas, tem aumentado consideravelmente, fruto da progressiva consciencialização de que se trata de uma população com características e particularidades muito próprias, que exigem um aprofundamento e actualização de conhecimentos específicos nesta matéria.

Ao longo da vida, a personalidade do indivíduo está submetida a uma série de perturbações, uma vez que o seu próprio meio externo sofre também profundas modificações. Tal justifica, desde já avançar com a perspectiva de que, nas pessoas idosas, a maioria dos problemas ligados ao envelhecimento não são causados pela diminuição das funções cognitivas. São sobretudo outro tipo de problemas, como a perda de papéis, as diversas situações de stresse, a doença, o cansaço, o desenraizamento, e outros traumatismos que vão dificultar a adaptação das pessoas idosas. Para ultrapassar estas situações, o indivíduo terá de reequacionar os seus objectivos pessoais, de forma a adaptar-se, conservando a sua auto-estima, para continuar a viver com o melhor bem-estar possível.
A velhice é, sem dúvida, uma etapa especialmente intensa de perdas afectivas (Garcia, 2002), ou seja, de perda de papéis ao longo dos anos de forma progressiva, mas inelutável (filhos que saem de casa, reforma, viuvez, etc.) “O indivíduo que era competente, bem sucedido e independente, pode tornar-se dependente e impotente para enfrentar a relação quer com a família, quer com a sociedade em que se encontra inserido.” (P. Fernandes, 2002:26)
Tal exige uma mobilização de energia com vista ao ajustamento ao novo universo de sociabilidades (Levet, 1998:36).
Por outro lado, dá-se também a perda de pessoas próximas, como o cônjuge, amigos, familiares ou colegas, ou seja, de pessoas importantes no meio afectivo e de relação, que podem provocar stresse à pessoa idosa por diversos motivos, entre os quais a previsão da sua própria morte que se avizinha (P. Fernandes, 2002:26).

Por outro lado, a fase etária da vida aqui em análise é caracterizada por uma diminuição das capacidades físicas, psicológicas e sociais, e se não for acompanhada por um estímulo efectivo às capacidades da pessoa idosa, mantendo o seu papel social como pessoa ‘capaz, com vista à manutenção das suas possibilidades de desenvolvimento, conduzirá a um ciclo de vida negativo, levando o indivíduo a adoptar um papel de doente e dependente.

Hall et al. (1997:39,40) apresentam esta ideia esquematicamente, de uma forma bastante explícita, e que nos pode ajudar a reflectir melhor sobre esta questão.







Figura 2 – O ciclo de vida negativo: um ciclo vicioso de doença no idoso

Figura 3 – O ciclo de vida positivo

Fonte: Hall et al., (1997:39,40)

É óbvio que não podemos generalizar este encadeamento, pois este é influenciado pela história de cada indivíduo e pelo seu meio sócio-cultural. Tal significa, numa análise mais aprofundada, que a “engrenagem” negativa é evitável, e a positiva desejável (Levet, 1998:40).
Purificação Fernandes (2002:33), também defende que os idosos que consideram a velhice como um fenómeno natural, dão mais sentido à vida, sendo mais felizes e implicando-se mais no seu meio e na sociedade. Tal passa pelo auto-reconhecimento de aspectos positivos (tais como um sistema de valores estável, sensatez, etc.) e de determinadas vantagens (diminuição da responsabilidade e do trabalho, abertura de espírito, etc.).
“Se o indivíduo não conseguir mobilizar energia suficiente para ultrapassar as suas deficiências físicas, ir-se-á refugiar na doença e em maleitas de toda a natureza.” (Levet, 1998:40)
Também em termos intelectuais se dá esta evidência, pelo que Levet afirma mesmo que o cérebro humano só se gasta se não for utilizado. Ao longo de toda a existência assimilamos novos conhecimentos, novas formas de fazer e criar, graças à nossa capacidade de aprendizagem (Ibid.).
Contudo, não podemos afastar desta reflexão a importância dos factores psico-afectivos, dado que as questões da aprendizagem não se podem reduzir a factores intelectuais. Há que ter em linha de conta a importância e centralidade das necessidades e dos desejos em toda a experiência humana, ou seja, a importância da motivação como “motor”/“alavanca” para a mobilização das capacidades intelectuais.
De qualquer forma, Levet (Ibid.) reafirma que o essencial é lembrarmo-nos que no domínio intelectual se perde pelo não uso e não pelo abuso: “O exercício intelectual é indispensável à vida mental, e a sua penúria, a falta de estimulação do pensamento, têm efeitos devastadores, qualquer que seja a idade dos indivíduos.”
Também Purificação Fernandes, afirma que se corre o risco de que as pessoas idosas se tornem “incapazes”, não apreciando e assumindo os valores positivos da velhice, se não se alterar esta imagem dominante que as sociedades cultivam. “A sociedade tem de compreender que a integração social dos idosos é o caminho para lhes reduzir a dependência, preservar a auto confiança e contribuir de forma positiva para a prosperidade da mesma.” (2002:32)
Tal não significa escamotear que é um facto que o envelhecimento pode acarretar situações de fragilidade e dependência, mesmo em pessoas que têm uma atitude positiva em relação à sua vida. O que queremos asseverar, é que um indivíduo mesmo portador de uma doença, poderá sentir-se saudável, desde que seja capaz de desempenhar funções e actividades, capaz de alcançar expectativas e desejos, ter projectos, enfim, de se manter activo no seu meio, ou seja, ter alguma função social que lhe proporcione uma boa qualidade de vida.
A realidade a que assistimos, em muitos casos, é a existência de um declínio do padrão de vida, acompanhado, por vezes, de muitas privações, após a ruptura (muitas vezes drástica) com a actividade laboral. Deste modo, a maioria das reflexões/abordagens acerca da relação pessoa idosa–sociedade, é feita através da “... lupa económica do sistema de produção. Os valores de reflexão, de meditação, de sabedoria, e as potencialidades que se vão forjando com o avanço em idade, não são tomadas em consideração; pior que isso – a maior parte das vezes não são mesmo reconhecidas.” (Levet, 1998:8).
É então como se o desaparecimento da função de produção marcasse uma perda de utilidade social, sentida pelo reformado e confirmada pela sociedade que prescinde destes indivíduos, independentemente da sua aparência ou competência para o trabalho, estabelecendo assim a sua entrada “oficial” na velhice.
É neste sentido que a reforma favorece o isolamento social, a inactividade e a depressão, uma vez que a retirada do mundo do trabalho independentemente da sua vontade, gera no indivíduo um sentimento de falta de importância, utilidade e auto-estima, sobretudo numa sociedade onde o estatuto da pessoa idosa está ligado ao trabalho e à rentabilidade. Há autores que chegam a afirmar que a reforma estimula a consciência do envelhecimento. Como se não bastasse, ela ocorre num ponto do ciclo de vida em que a capacidade adaptativa está mais limitada.
Por outro lado a imposição da reforma, sem alternativa de ocupação útil, uma vez que normalmente esta não é devidamente preparada, leva frequentemente à inactividade que, por sua vez, gera deficiência, limitação funcional e dependência.
De salientar que cada indivíduo é uma realidade, sendo que a idade da reforma, (entendida no sentido de “deixar de trabalhar”), tem repercussões diferentes em cada um, o que quer dizer que, se por um lado existem idosos que após a reforma continuam a ter uma vida social activa, por outro lado, a realidade mostra-nos que a maioria acaba por “cair” na inactividade e no desinteresse.
Efectivamente, a maioria das pessoas idosas tem uma fraca participação na sua comunidade, o que gera sentimentos de solidão e desvalorização, com repercussões quer ao nível da integração sócio-familiar quer do nível da saúde física e psíquica. De facto, as fracas condições de vida em que a maioria da população idosa portuguesa vive, induzem-na a uma fraca mobilidade e a um consumo passivo de serviços que lhes são oferecidos sem alternativas de escolha. A pessoa idosa é frequentemente dissuadida da actividade e persuadida à inércia quase vegetativa, sendo-lhe assim vedado o acesso à participação e intervenção nas decisões que lhe dizem respeito como membro activo da sociedade.
Se por um lado temos como certo que a idade da velhice é incerta e flutuante segundo os indivíduos, por outro, verificamos que a sociedade e as suas instituições inscrevem e balizam por idades, o “compasso” de cada um de maneira uniforme, e tal acontece ao longo de toda a vida: a idade de entrar para a escola, a idade da maioridade, a idade da reforma, etc., isso acontece obviamente por imperativos de ordem social, política e económica, mas não tem em consideração a pessoa no seu processo de desenvolvimento, nem as suas capacidades.
A idade funciona como um “cutelo”, cortando sem contemplações a organização do tempo, os recursos e as relações sociais, acentuando-se o vazio social.

Feita esta reflexão, analisemos agora qual é a imagem social da velhice.
Ser idoso, por si só, não deveria ser um facto negativo e preocupante.
Ao longo da história da humanidade, o status das pessoas idosas foi alvo de diversas concepções, por vezes extremas: desde a gerontocracia à eliminação ou auto-eliminação, ou seja, desde o prestígio e poder à inutilidade e carga social.
Actualmente, ainda prevalece a visão tradicional da pessoa idosa como alguém inútil, isolado, em declínio biológico e mental, marcado por um tempo linear, com problemas de saúde e, na maioria das vezes, dependente física e economicamente de alguém – imagem estigmatizante de “espera pela morte”:
“... imagem negativa e pejorativa associada a velho/velhice. Velho é traste, problema, ônus [sic], inutilidade; velhice é doença, incapacidade, dependência, perda, impotência. Velho é uma pessoa que atrapalha as outras, alguém que perdeu o direito à dignidade, à sobrevivência, à cidadania. A imagem (...) é a de uma pessoa encurvada, de bengala, quase cega, surda e gagá.” (Paschoal, 2002a:41)

No cenário actual, a maior parte dos sinónimos da palavra “velho” carregam uma conotação depreciativa. O “velho” é normalmente considerado como ultrapassado, antigo, primitivo, senil, etc., condição que contribui para a manutenção de estereótipos, mitos e ideias pré-concebidas relativamente à velhice, sobretudo numa sociedade que exalta os valores da juventude. E esta cadeia de representações negativas conduz ao que Micael Pereira designa de retorno à situação de “… menino incapaz de decidir por si. Incapaz não necessariamente pelo estado das suas faculdades, mas incapaz porque lhe foi retirada a legitimidade social para o fazer.” (Pereira, 2002a:8).

De facto, habituámo-nos de tal forma a encarar o envelhecimento sob uma perspectiva de inactividade, de inutilidade social, de dependência, que temos dificuldade em pensá-lo com base em outros referenciais que não aqueles ligados a “perdas” ou a “déficits”.
Também Micael Pereira (2002a:8) problematiza esta visão negativa, afirmando: “Ser idoso acaba por ser uma designação de posição social, sinal de que assume um leque determinado de papéis, todos eles de dependência, sem autonomia, sem orientação da acção, sem capacidade de fazer o que entende, de tomar iniciativas.”
Os mitos e estereótipos, ou seja, a visão preconceituosa e negativa que prevalece na nossa sociedade, estão muitas vezes associados ao desconhecimento do processo de envelhecimento, e são reproduzidos frequentemente, sobretudo nos meios de comunicação social, o que leva a um reforço constante de que envelhecer é por si só um problema. “A sociedade está a fornecer aos idosos um ‘filtro negro’ que lhes inibe a percepção de aspectos positivos e assim a velhice torna-se num período traumatizante e negativo.” (P. Fernandes, 2002:32) e como dizia Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. É neste sentido que é absolutamente necessário o “... resgate da dignidade e da cidadania do idoso, derrubando o preconceito que marginaliza o velho, restabelecendo os seus direitos de cidadão…” (Netto e Ponte, 2002:9).

Como é que estas alterações afectam a vida das pessoas idosas em termos de satisfação das suas necessidades humanas? Uma das possibilidades de análise pode basear-se na teoria da motivação de Abraham Maslow (1970), na componente das necessidades humanas.
Segundo este psicólogo, as necessidades estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência, representada numa pirâmide, ou seja, as necessidades estariam hierarquizadas em cinco níveis, onde a ascensão a um nível superior exige obrigatoriamente a satisfação de um nível anterior.
Assim, na base da pirâmide estão as necessidades mais básicas (fisiológicas), e no topo as necessidades mais elevadas (auto-realização).

Figura 4 – Necessidades humanas (A. Maslow)










Fonte: A. Maslow, 1970

Esta contextualização teórica das necessidades humanas é de absoluta pertinência, pois quando abordarmos a dimensão dos cuidados às pessoas idosas, este enquadramento é fundamental para perceber em torno de que tipo de necessidades se organizam esses cuidados.

OS FUNDAMENTOS DA DEPENDÊNCIA
A autonomia pode ser entendida como a capacidade de decisão e de comando e independência como capacidade de realizar algo com os seus próprios meios.
Estamos, pois, perante um conceito amplo, traduzindo a condição de o indivíduo se poder relacionar com outros de forma igualitária, numa relação sujeito-sujeito, e com base no mútuo respeito.
As alterações funcionais que decorrem do processo de envelhecimento, associadas à maior prevalência de doenças crónicas, podem efectivamente conduzir à deterioração da habilidade de manutenção da independência. É este o motivo apontado para que as pessoas idosas, em número e intensidade, sejam proporcionalmente mais dependentes do que as jovens.
De facto, a manutenção da qualidade de vida está intimamente ligada à autonomia e independência.
A autonomia é a capacidade e/ou o direito que um indivíduo tem de ele próprio escolher os actos e os riscos que pode correr. Em relação à perda de autonomia, esta será precisamente o contrário de autonomia, isto é, a incapacidade e/ou interdição de o indivíduo escolher ele próprio as regras da sua conduta, bem como a orientação dos seus actos e os riscos que pode correr. Trata-se de um comportamento do indivíduo em relação a si mesmo, como autor responsável pelas suas leis e pelo sistema de valores que presidem às suas atitudes. Quase despercebidamente, utilizámos aqui um outro conceito que merece alguma atenção: o de incapacidade, que é a restrição na execução de uma actividade da vida diária. Mas, deve registar-se que a incapacidade pode ser compensada com o uso de artefactos ou adaptações, conforme o grau funcional do indivíduo. Tal parte do pressuposto de que a incapacidade não é um “rótulo”, ela deve ser modulada e dentro de um espaço de tempo ser temporária ou definitiva, progressiva, estabilizada, regressiva ou compensada.
É frequente encontrar também na bibliografia o termo independência que significa alcançar um nível aceitável de satisfação das necessidades, através de acções adequadas que o indivíduo efectua por si mesmo, sem a ajuda de outra pessoa.

No que diz respeito à dependência, esta é definida como a incapacidade do indivíduo para adoptar comportamentos ou executar por si mesmo, sem a ajuda de terceiros, acções que lhe permitam alcançar um nível aceitável de satisfação das suas necessidades.
Ser dependente, por ser idoso ou por outros motivos, passa pelo facto de o indivíduo não poder realizar sem ajuda as principais actividades da vida diária, quer sejam físicas, psicológicas, económicas ou sociais.

Importa ainda acrescentar que a dependência pode ser total ou parcial, temporária ou permanente.

Pode-se considerar que uma pessoa é autónoma quando decide e conduz a sua vida por si mesmo, ou seja, actua com liberdade. De forma mais aprofundada, podemos dizer que autonomia é a capacidade e/ou direito de uma pessoa escolher por si mesma as regras da sua conduta, a orientação dos seus actos e os riscos que se encontra disposta a assumir. Efectivamente, o que aqui importa acentuar é que mesmo que uma pessoa idosa seja dependente (a não ser que a dependência seja total), não deve por isso deixar de ser autónoma.

É possível encontrar nestas definições aspectos comuns: que a dependência começa precisamente quando começam a diminuir de forma acentuada algumas capacidades no desempenho de tarefas diárias; que nas pessoas idosas, a dependência assume alguns contornos particulares, uma vez que esta resulta de factores como a redução das capacidades físicas ou psicológicas, insegurança económica, isolamento, solidão, dependência de familiares e/ou de outro tipo de suporte social, como já tivemos oportunidade de analisar anteriormente. Nesta linha de pensamento, abordar a situação de dependência, implica analisar o contexto situacional no qual ela ocorre, ou seja, perceber se se trata de uma pessoa em situação de isolamento e solidão, com ou sem suporte social, entre outros factores que provocam ansiedade e stresse ao indivíduo, resultando numa conjuntura de desequilíbrio.



Gráfico 1 – Envelhecimento funcional









Fonte: Adaptado de Paschoal (2002b:315)

Para este autor, desde o nascimento que as pessoas vão desenvolvendo as suas capacidades até aos 20/30 anos, quando se atinge o auge da capacidade funcional. A partir daí, o desempenho funcional do ser humano vai-se deteriorando pouco a pouco, consequência do processo natural do envelhecimento. É, pois, um processo lento, mas inevitável e universal. Pois não existe vacina contra o envelhecimento.
Como vimos, a trajectória deste declínio pode ser afectada por uma série de factores endógenos (como por exemplo a constituição genética) e exógenos (meio ambiente, hábitos e estilos de vida, contexto sócio-económico, etc.).
Uma inclinação mais brusca desta linha de declínio funcional, pode dar-se em situações de crise, como por exemplo uma doença ou um acidente.
É neste sentido que Paschoal afirma que num determinado nível se situa o limiar da incapacidade, ou seja, acima desse limiar as pessoas vivem de forma independente e abaixo dele vivem dependentes. Por outro lado, as pessoas podem adiantar ou atrasar a chegada a esse limiar. Quando esta é atrasada, a morte pode ocorrer antes que a incapacidade aconteça.
Não obstante, envelhecer sem incapacidade, preservando a autonomia, é um factor indispensável para a manutenção da qualidade de vida.
Esta perspectiva proposta por Paschoal (2002b), vem reforçar a ideia da singularidade do processo de envelhecimento, que varia em função de um conjunto de factores, podendo fazer deslocar a curva do declínio funcional.
É importante, contudo, fazer apelo à reflexão proposta por Fontaine (2000:150): “… as relações existentes entre a idade, a hereditariedade, os estilos de vida e os riscos de doença devem ser concebidos de forma dinâmica e não mecânica.”
Esta centralidade atribuída ao life style (Veras, 2003), é importante nesta nossa reflexão sobre a questão da dependência na designada terceira idade, pois como afirma Paúl (1996) há uma certa responsabilidade de cada pessoa no seu próprio destino, embora esta responsabilidade seja relativa, tendo em conta todas as dimensões do contexto concreto de cada indivíduo.

Envelhecer com sucesso é uma alternativa possível à perspectiva determinista do envelhecimento associado à dependência, à doença, à incapacidade, à depressão. Um conjunto de esforços articulados entre as diversas áreas do saber, permitirão uma associação entre o aumento da esperança de vida e uma boa qualidade dessa mesma vida, com autonomia e integração/participação na sociedade e na família, aproveitando as capacidades individuais das pessoas idosas.

Ao abordarmos aqui o problema da dependência, não pretendemos traçar um perfil eminentemente negativo do processo de envelhecimento, mas sim mostrar que esta fase da vida é marcada por mudanças profundas que culminam, por vezes em situações que necessitam de determinado tipo de intervenção.
(…)
É neste sentido que surge a importância da intervenção social, através da qual se tem procurado, ao longo dos tempos, actuar de forma a responder às necessidades da população idosa.
Contudo, esta actuação caracterizou-se, durante muito tempo, por ser essencialmente remediativa e curativa, tendo-se investido pouco numa perspectiva de prevenção de situações conducentes à aceleração ou degradação do processo de envelhecimento, ou na promoção de condições que permitam a integração sócio-familiar das pessoas idosas e a sua participação activa na comunidade.
Neste sentido, a intervenção social nesta problemática justifica-se dada a profunda interacção entre as vulnerabilidades sociais e os contextos de mudança na sociedade.
“… o objectivo essencial da protecção social da dependência (…) é a criação de condições que contribuam para garantir, a cada um, quaisquer que sejam as circunstâncias, o direito a ser sujeito da sua própria vida. Reconhecendo que para além dos deficits, há os adquiridos, os ganhos, um capital de vida que os mais anos proporcionaram. ” (Quaresma, 2004:40)


Uma vez que se reconhece que as doenças crónicas associadas às alterações relacionadas com a idade são progressivas, o trabalho a desenvolver nestas situações deverá ser no sentido de promover o maior nível de independência possível, ao longo do continuum da existência.

Como tivemos já oportunidade de analisar, existem de facto, muitas pessoas idosas fragilizadas que não conseguem satisfazer as suas necessidades básicas, devido ao seu estatuto social diminuído e oportunidades reduzidas de interacção e suporte, baixa auto-estima e por outro lado, com poucas oportunidades de escolha de serviços e cuidados de saúde devido a uma diminuição do acesso físico e económico.
Tal conjuntura, demanda a necessidade de uma avaliação especializada para identificar os sinais precoces de problemas potenciais, nomeadamente ao nível da mobilidade, baseada no princípio-chave de promoção do funcionamento independente o mais possível, como condição de sucesso a longo prazo, por forma a evitar uma potencial “cascata de calamidades”.
A competência dos profissionais para avaliar, planear, oferecer intervenções precoces e rápidas, e identificar os factores que para além da incapacidade, inibem a gestão e a manutenção da saúde a longo prazo, contribui para a melhoria dos resultados.
De facto, as múltiplas variáveis físicas, económicas, psicológicas e sociais associadas ao envelhecimento exigem que a avaliação de cada situação seja feita com o máximo de rigor.
A própria natureza dos programas e serviços limita as pessoas idosas e promove a dependência. Na realidade, “Não raras vezes, assistimos a uma desvalorização das necessidades do idoso, por se acreditar que estas se limitam a certas prioridades fisiológicas, como, por exemplo, a alimentação, o vestuário, o alojamento, os cuidados de saúde e a higiene.” (Pimentel, 2001:76)
Desta forma, são esquecidas as necessidades sociais, afectivas e sexuais, sendo mesmo, muitas vezes, reprimidas. Tal passa, em muitos casos, pela falta de sensibilização dos agentes institucionais para a especificidade da experiência de cada indivíduo, tendo este de viver de acordo com normas restritivas.
Então, as palavras-chave da intervenção junto das pessoas idosas deverão ser a promoção da autonomia, da afectividade e da convivência.

Micael Pereira (2004b:85), recorda-nos a temática da resiliência, entendida como a capacidade de o indivíduo se recuperar após uma enfermidade, trauma ou stresse, e citando Manciaux, diz-nos que a resiliência “Implica vencer as provas e as crises da vida, isto é, resistir-lhes primeiro e superá-las depois, para continuar a viver o melhor possível. Resiliar é rescindir um contrato com a adversidade.”
No entender de Pereira (Ibid.), a resiliência é grandemente favorecida por um ambiente interactivo, e consubstancia-se na capacidade de resistir, de refazer, de retomar a vida fazendo frente às suas adversidades.
No fundo, ser resiliente, segundo este autor, é ser capaz de superar as nocividades e de continuar a viver o melhor possível. De qualquer forma, ela está sempre aliada à procura de amor, à vontade de viver e à busca do sentido da vida, e para tal, muitas vezes é necessária a ajuda de alguém que ajude a dar sentido a esse projecto de vida.
Micael Pereira, neste sentido, defende que é importante que em todas as idades se tenha horizonte e expectativas de futuro, afirmando: “Quando não temos horizonte (…) caímos numa situação de anomia, de depressão, de ausência de interesse na vida, que é dramática e nos aproxima das situações de ‘hospitalismo’”(Ibid.:78).

missão do profissional é ajudar as pessoas a criarem uma maneira de viver com sentido para elas, e compatível com a sua situação, independentemente da sua condição física ou da natureza da sua afecção. O objectivo não é que o profissional diga ao utente o que ele deve fazer, mas dar-lhe liberdade para que ele decida sobre a sua situação;
“Calar-se para permitir ao outro ouvir-se a si mesmo, sugerir em vez de persuadir ou até impor, são características essenciais a uma prática subtil, verdadeiramente profissional, profundamente imbuída de consideração pela humanidade singular desse outro ser humano. Reconhecer a dignidade absoluta desse outro (...) é recusar-se a desumanizá-lo, pensando por ele, substituindo-se a ele; é permitir-lhe que seja ou que volte a ser ele mesmo o criador da sua história de vida.” (Hesbeen, 2003:XV).

(…)
Essas estratégias passam pelo reforço da auto-estima, da promoção das sociabilidades e do incentivo ao estabelecimento de um projecto de vida.

Importância de criar um ambiente em que a pessoa idosa se sinta reconhecida e escutada, e em que esta possa exprimir as suas emoções positivas e negativas.

Tal desígnio baseia-se na convicção de que todos os seres humanos precisam de comunicar. Deste modo, a criação de um ambiente interactivo, permite que a vida se torne potencialmente mais interessante, porque partilhada. As práticas gerontológicas deverão, então centrar-se no “…reforço dos laços comunicacionais”.

É, então, imprescindível uma abordagem fenomenológica que privilegie a experiência subjectiva da pessoa, implicando que o conhecimento que se tem do outro surge a partir da compreensão do seu quadro de referências. Tal requer uma não-directividade, que passa por acreditar que o indivíduo tem dentro de si amplos recursos para alterar o seu auto-conceito, as suas atitudes e os seus comportamentos, ou seja, acreditar na autonomia e capacidades da pessoa, no seu direito de escolher qual a direcção a tomar, bem como assumir as responsabilidades dessas escolhas.
A não-directividade é, antes de mais, uma atitude em direcção ao utente. É uma atitude pela qual o profissional deve recusar a tendência de indução do utente para uma qualquer direcção, ou de levá-lo a pensar, sentir ou agir de determinada forma.
Esse pressuposto articula-se com outro conceito central da perspectiva rogeriana: a aceitação positiva incondicional, que se traduz pela aceitação incondicional da pessoa por parte de outra, tal como ela é, sem juízos de valor ou críticas a priori (Rogers, 1975).
Esta aceitação tem por base a compreensão empática do utente, entendida como a “… capacidade de se imergir no mundo subjectivo do outro e de participar na sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o vê”. (Gobbi et al., 1998: 45).
No nosso entender, esta concepção é central na intervenção social em geral e na intervenção gerontológica em particular, uma vez que radica na importância de entrar no universo perceptivo do outro, sem julgamentos, tomando consciência dos seus sentimentos, sem no entanto deixar de respeitar o seu ritmo, para que o indivíduo, neste caso a pessoa idosa, se sinta não apenas aceite, mas também compreendida na sua globalidade.
Todas estas dimensões são valorizadas através do estabelecimento de uma relação de ajuda que favoreça o desenvolvimento e um melhor funcionamento, de forma a enfrentar melhor a vida.
A relação de ajuda é uma luta quotidiana contra todas as dependências que possam surgir até ao fim da vida (e que, como vimos, podem ser de ordem física, psicológica e/ou social).
Em suma, os conceitos-chave que aqui apresentámos em linhas gerais são: respeito, confiança, aceitação, autenticidade e tolerância, e que nos parecem fundamentais nesta área. E para ajudar de forma adequada, o profissional deve saber e acreditar que o utente, independentemente da natureza do seu problema, é o centro do processo de intervenção.

Reconhecemos que esta concepção não está isenta de grandes dificuldades de aplicação nos contextos concretos de trabalho. Por isso somos levados a questionar: Será que as estruturas institucionais que temos propiciam esta centralidade da pessoa no processo de intervenção? Até que ponto os serviços se organizam com a pessoa idosa e em função dela e não apenas para ela, ou em função de outros critérios?

reposição da centralidade do sujeito enquanto actor - as pessoas idosas precisam de assumir o seu próprio destino nas suas mãos. Aos profissionais envolvidos neste trabalho é requerido que estimulem, com verdade, com exigência e coragem as pessoas idosas - levar as pessoas a sério, estimula-las a tomarem-se a sério a si próprias, sendo quem são, tendo a idade e a capacidade que têm, sem se apagarem, sem se tornarem menores, sem se diminuírem.”

A centralidade do sujeito passa por não o encarar apenas como um receptáculo de bens, serviços e estímulos - Crítica severa à tendência para reduzir a pessoa idosa em situação de necessidade de ajuda, a um objecto de cuidados, desvalorizando ou negando a sua qualidade de sujeito de relação.
Johnson (2003:42), no seguimento da sua argumentação sobre o protagonismo da pessoa idosa, faz uma crítica aos equipamentos de apoio social que se organizam como um “puzzle” já construído, onde as pessoas/utentes têm de se encaixar. A centralidade do sujeito requer uma mudança de perspectiva: o “puzzle” é a pessoa, sendo a instituição que tem de encaixar os seus serviços naquilo que forem as necessidades por preencher. E acrescenta: “Se não direccionarmos as nossas práticas para aquilo que as pessoas podem, querem e sonham ser e fazer, nunca saberemos o que é efectivamente trabalhar com pessoas, isto é, intervir centradas no cliente.” (Ibid.). Tudo isto requer, no seu entender, uma visão ecológica e holística da realidade.

Face a este conjunto de reflexões que temos desenvolvido até aqui, podemos afirmar que a intervenção junto das pessoas idosas deve ser global, encarando-as nos seus aspectos físicos, psicológicos e sócio-culturais. É de tal forma complexa e multifacetada a problemática do envelhecimento que nos sugere o já referido modelo de abordagem ecológica.
A intervenção deverá, efectivamente, ajudar a pessoa idosa a estabelecer novas formas de relação com o meio, respeitando a sua experiência de vida e permitindo a expressão dos seus potenciais.

Raguénès (1998a), sustenta que a principal preocupação gerontológica deve ser estimular a pessoa idosa para manter uma actividade física e intelectual, dentro das suas possibilidades e tendo em conta as suas especificidades individuais, numa perspectiva de prevenção de consequências negativas do processo de envelhecimento.


Em suma, o plano individual de cuidados deve ser:
- Individualizado de acordo com a situação, necessidades e prioridades da pessoa idosa;
- Desenvolvido, sempre que possível, com a pessoa idosa, outras pessoas significativas e prestadores de cuidados;
- Registado;
- Interdisciplinar;
- De acordo com os recursos disponíveis da pessoa idosa e do seu ambiente;
- Promover a independência nas competências funcionais e tomada de decisão.

Nesta lógica, deverá conter: as áreas de actuação abrangidas (higiene pessoal, habitacional, alimentação, tratamento de roupas, cuidados de saúde, acompanhamento em saídas ao exterior, fisioterapia, animação, etc.), a periodicidade e a intensidade dessa actuação, o número e o tipo de agentes envolvidos. Deverá também conter o estabelecimento dos momentos de avaliação, e outras observações especiais que se considerem importantes.

Tal implica encarar a pessoa idosa como força motriz do processo, pessoa de valor único, em interacção familiar e comunitária, sujeito de direitos e deveres e com determinado perfil de necessidades e capacidades.
Em várias frentes é preciso lutar, então, no sentido se destruir a imagem de passividade, de menoridade e vulnerabilidade, motivando para a adopção de uma atitude de advocacy com vista à criação, manutenção ou devolução de poder às pessoas idosas. “… o destinatário deve ser entendido como um cliente, ouvido em todas as fases do processo de apoio, valorizado como elemento essencial, sem o qual a própria intervenção não tem qualquer sentido.” (Guimarães, 1999b:23,24). Nesta lógica, é imprescindível que se tenha sempre presente que a pessoa idosa é um adulto capaz de decidir sobre a sua vida, salvo excepções já enunciadas. No entanto, a família e os vizinhos/amigos ou mesmo os técnicos podem proteger abusivamente a pessoa idosa, pressionando-a muitas vezes para decisões por si não desejadas (e.g. ir para um lar). O papel do profissional nesta situação, é encorajar a pessoa idosa (se ela não o fizer espontaneamente), a exprimir as suas dificuldades e os seus reais desejos.
Nesta linha de pensamento, é extremamente importante, que a intervenção gerontológica promova a participação social das pessoas idosas, opondo-se a intervenções paliativas que não favorecem contextos de comunicação, de diálogo, de trocas, enfim, espaços de convivência. “A rotina diária sem objectivos nem estímulos exteriores e sem perspectivas de alteração é, por si só, esmagadora do ser humano. Ela é responsável por muitas situações depressivas que levam a pessoa idosa a «despegar-se da vida».” (Vaz, 2001:213)

PARA CONCLUIR:

- O papel das pessoas idosas tem de ser repensado, pois não é concebível que as pessoas tenham de encarar cerca de um quarto da sua vida com um vazio de perspectivas.


- Reforço da capacidade de os indivíduos escolherem conscientemente o que querem das suas vidas, de (re)criarem a sua existência.

- O trabalho dos profissionais deve permitir colocar em acção toda a energia estagnada, mal direccionada e levar a pessoa idosa a desenvolver o seu potencial de forma criativa, resgatando a essência da vida.

- Atingir a chamada “terceira idade” significa o início de uma nova etapa da vida, que se bem preparada e estimulada pode ser promissora em termos de realizações de projectos, planos e sonhos que foram adiados e que se se considerar o potencial de experiência e sabedoria acumuladas pela pessoa idosa, terá grandes benefícios.

A questão do projecto de vida é intrínseca à natureza humana, está relacionada com a simples existência do Homem, e com a necessidade que este tem de se projectar num futuro (próximo ou a médio/longo prazo), na procura de um sentido para a vida.
O esvaziamento existencial dá-se, precisamente, quando se perde a continuidade da existência no mundo, quando este sentimento de continuidade é perdido, não existe projecto, nem há onde projectar… E não havendo projecto, a existência é vazia e sem sentido.

- O facto de existirem objectivos consubstanciados num projecto, por mais simples que possa parecer, pode conduzir a um bem-estar psicológico, ou seja a uma satisfação vivencial.
Por outro lado, a inexistência de qualquer projecto é extremamente negativo no que diz respeito ao sentimento de continuidade da existência.

- O homem existe na medida em que realiza o seu projecto de vida.

Lamentavelmente, envelhecimento implica, não raras vezes, uma ruptura com a continuidade histórica do sujeito, ou seja, uma ruptura no seu projecto existencial, o que pode dar origem a uma perda de significado da vida, se não se trabalhar no sentido da elaboração de novos projectos, de acordo com a forma como o sujeito experiencia a sua existência, para que a descontinuidade existencial não seja vivenciada.

- A dedicação do tempo a actividades de lazer, de desporto, de criatividade faz também parte do projecto de vida que se pode ter para esta fase da existência, favorecendo novos espaços de socialização e de participação na vida social, política, económica e cultural. Na verdade, trata-se de um apelo à mobilização, ao continuar a fazer, a criar, a descobrir, enfim, a viver.

• Aprender/conhecer coisas novas
• Desenvolver uma nova ocupação
• Passear
• Conviver
• Praticar exercício físico
• Cultivar a espiritualidade – capacidade de ter vida interior - praticar exercício físico
• Estabelecer contactos sociais e afectivos
• Conversar, ouvir música, ler contar histórias, dançar

Não é função do profissional dizer à pessoa idosa o que ela deve fazer, mas sim estar receptivo aos seus interesses, dando-lhe liberdade de se ouvir a si mesma, podendo eventualmente fazer-lhe sugestões e mobilizar os meios que lhe permitam pôr em prática as suas aspirações, dentro das suas capacidades/possibilidades reais.
Se não acreditarmos nas pessoas, nas suas potencialidades e forças, na sua capacidade para determinarem o rumo da sua vida e serem responsáveis por ela, então não seremos capazes de desenvolver uma intervenção capacitadora – empowerment.

É importante ter em atenção que os “olhos” dos profissionais não são os das pessoas idosas, sendo que ninguém se pode substituir a estas para dizer, no seu lugar, aquilo que é ou não importante, aquilo que é ou não desejável.

O que o profissional deve fazer é acompanhar a pessoa idosa no seu caminho, ou seja, um caminho que lhe pareça propício para atingir, ou pelo menos para progredir em direcção a um horizonte desejável para ela.
Mas atenção: sendo certo que o profissional não pode impor caminhos, é certo também que não pode abandonar a pessoa, ou deixá-la avançar por caminhos sem saída. Deve, então, conversar com a pessoa, no sentido de averiguar as diferentes possibilidades existentes que se lhe apresentam, e, por vezes, esclarecê-la para a ajudar a fazer uma escolha pertinente (Hesbeen, 2003:76).

NECESSIDADE DE UMA VISÃO AINDA, E SEMPRE, DE FUTURO E NÃO DE ESPERA PELA MORTE

A VIDA É UM PROJECTO FINITO MAS QUE NUNCA ESTÁ ACABADO…

Projecto de Vida – para que a vida possa continuar a Ter Sentido!

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